quinta-feira, 29 de abril de 2010

Revolução Industrial





“Quando a mulher passa cotidianamente 12 ou 13 horas na fábrica e o homem também (…) o que acontece às crianças? Crescem entregues a si próprias, como a erva daninha (…) É por essa razão que se multiplicam de uma maneira alarmante, nos distritos industriais, os acidentes de que as crianças são vítimas por falta de vigilância. Em Manchester [cidade industrial] aconteceram 215 acidentes mortais com crianças (…) enquanto em Liverpool, que não é uma cidade fabril, [com uma população igual], houve, em 12 meses, apenas 146 acidentes mortais. (…) As mulheres voltam à fábrica muitas vezes três ou quatro dias após o parto (…) O industrial também é dono do corpo e dos encantos de suas operárias. A ameaça de demissão é uma razão suficiente para, em 90 ou 99% dos casos, anular qualquer resistência por parte das moças (…) Se o industrial é suficientemente infame (…) a sua fábrica é ao mesmo tempo o seu harém. (…) O filho de um operário, que cresceu na miséria, entre as privações e as vicissitudes da existência, na umidade, no frio e com falta de roupas, aos nove anos está longe de ter a capacidade de trabalho de uma criança criada com boas condições de higiene. Com esta idade é enviado para a fábrica”.

(ENGELS, Friedrich. A situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra (1844). São Paulo: Global, 1986, pp. 165-174. In: SCHMIDT, Mario Furley. Nova história crítica: ensino médio: volume único. São Paulo, Nova Geração; 2005)

ATIVIDADE

A partir da leitura do texto acima, poste um comentário (coloque seu nome) procurando responder as seguintes questões:
“a) Porque as crianças cresciam sem assistência dos pais, como se fossem “ervas daninhas”?
b) O que acontecia com frequência às crianças pobres sem a presença dos pais?
c) Que tipo de comparação o autor faz com as cidades de Manchester e de Liverpool e que conclusão chega chega?
d) Mostre o trecho em que se revela que não existia o direito ao descanso da gestante.
e) Além da exploração econômica, qual era o outro tipo de exploração do capitalista sobre as operárias?
f) Com quantos anos o filho de um operário começava a trabalhar na fábrica?”

Créditos da atividade: SCHMIDT, Mario Furley. Nova história crítica: ensino médio: volume único. São Paulo, Nova Geração; 2005.

Nota: Apesar da atividade ter sido retirada de um livro do ensino médio, aplicou-se ao ensino fundamental por não ser complexa e nem exigir grande capacidade de interpretação.